quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

CTM vai desafogar agência de Ministério

Autor: Guilherme Póvoas

Ao longe, ainda atrás da multidão que acompanhava a cerimônia de inauguração da Central do Trabalhador de Macaé (CTM), no prédio da Subsecretaria de Trabalho e Renda (Hoje já Secretaria), um espectador assistia distante aos personagens políticos em palco e escutava seus discursos. Quem olhava, poderia pensar que Antônio Ferreira estava alheio ao evento. Mas não. É que Antônio Ferreira é o chefe da agência do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) no Município, localizado Imbetiba e que atende cerca de 300 pessoas por dia em busca de confecção de carteira de trabalho e seguro-desemprego, por exemplo. E aí que mantendo as promessas e expectativas da recém-inaugurada CTM, uma mão municipal acaba levando a outra federal.

posto aqui vai desafogar bastante o da agência do Ministério do Trabalho. “Lá está muito lotado”, projeta Ferreira, sobre a demanda que chega diariamente à casa onde funciona o posto na Imbetiba. Pelos dados, tanto a CTM- que já havia iniciado suas atividades antes mesmo de ser inaugurada - e o Ministério do Trabalho em Macaé atendem juntos 600 trabalhadores por dia atrás dos mais diversos requerimentos. Além disso, há cerca de dois meses, a promessa feita in loco pelo ministro Carlos Lupise tomou realidade. O protocolo de procedimentos voltou ao posto e quatro novos funcionários chegaram.

"Está faltando apenas um ar condicionado e parte da mobília que já foi comprada, mas está no Rio" lembra o chefe do posto do MTE. "E é impor-tante frisar: todos os funcionários lá são de Carreira, concursados", completa Ferreira. Em abril, quando Lupi visitou o local, havia uma série de defici-ências de infra-estrutura, que foi sanada durante os últimos três meses "Na reforma (pintura e jardinagem) está tudo concluído", salienta Ferreira, que acredita que a demanda do posto do MTE vai se dividir com o CTM até pelo fato do posto do município ficar na área central de Macaé.

Já em nível estadual, o superintendente de Atendimento ao Trabalhador, Newton Parahyba, que representava na cerimônia ontem a Secretaria de Trabalho e Renda do Rio de Janeiro, também ratificou esta demanda. Ele foi um dos poucos a tocar publicamente no assunto "crise financeira", ligando este tema à necessidade do poder público em atender às exigências dos trabalhadores. "A própria OIT (Organização In¬ternacional do Trabalho) criou uma espécie de secretaria de trabalho e renda para lidar com uma crise, há cerca de 80 anos", recorda Parahyba, referindo-se à grande depressão do século 20, em 1929. A CTM centrali¬za também os serviços que estavam sendo oferecidos pelo Sine, próximo à rodoviária de Macaé. Outro que tocou em crise foi o prefeito Riverton Mussi (PMDB). Mas, neste caso, foi para voltar a reclamar da queda na arrecadação - coisa que vem fazendo desde o início do ano. "Mas temos grande sustentabilidade de recursos próprios", garante. (...). Outro que esteve no palco da inauguração da CTM ontem e se referiu à favelização do município e também à matéria sobre o assunto em O DEBATE foi o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) na cidade, Atilano Rocha.

Diante da iminência da formação de uma grande favela na cidade, resultando numa das maiores do interior do Estado, o prefeito falou sobre a quantidade de pessoas, que chegaram a Macaé durante os últimos anos em relação à demanda de vagas de emprego. "Vamos dar contribuição máxima (à CTM). Vamos colocar também uma sala para tirar fotos 3x4 para fazer a carteira de trabalho, pois muitos não têm nem condições de pagar uma foto ou pagar um ônibus", expõe Riverton. Em seu discurso, o prefeito ainda salientou que a cidade tem uma gama enorme de va¬gas de rabalho, mas a qualificação profissional 'não atende esta demanda. "Qualificação de mão-de-obra tem custo. Mas é o custo mais barato que existe", afirma o prefeito, calcado na relação custo-benefício.


Fonte:O DEBATE Diário de Macaé, publicado em 24 de junho de 2009.

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